Educação Pela Positiva - Filinto Lima

Educação pela positiva

As atividades letivas decorrem há mais de um mês e há alunos ainda sem a totalidade dos seus professores, greves já concretizadas, anúncios de outras formas de luta e de mais greves, ainda que em modo mais light, essencialmente por “culpa” da alteração estratégica de uma associação sindical.

Com maior ou menor dificuldade, a Escola Pública vai cumprindo a sua função de um modo satisfatório, pautando-se por um nível de profissionalismo de excelência demonstrado diariamente por professores diligentes, apoiados por outros profissionais fundamentais no processo educativo.

A semana foi pontuada por uma notícia, positiva, na área da Educação – “Notas a Português e Matemática do 2.º e 3.º ciclos subiram desde a pandemia”, assim anunciavam as parangonas de primeira página de um reconhecido diário.

É minha opinião que existem, pelo menos, três razões basilares explicativas do facto constitutivo da manchete, e que passo a explanar:

(i) O esforço extraordinário desenvolvido pelos professores, com relevância para os últimos anos, sobressaindo uma marcada adesão ao trabalho colaborativo, em claro benefício do processo ensino-aprendizagem, e, de forma inequívoca, da prática pedagógica;

(ii) A eficácia da aplicação das medidas inseridas no primeiro ano de vigência do Plano de Recuperação das Aprendizagens, suportada pelos dados apresentados pela Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência, uma vez que, em grande parte das escolas, este plano foi direcionado pelos diretores para o reforço nas aprendizagens nas duas disciplinas em causa;

(iii) A aplicação de medidas excecionais de avaliação a nível nacional, adotados por cada escola em virtude da pandemia, valorizando uma maior amplitude de critérios, cuja multiplicidade se recomenda, aumentando as modalidades e os instrumentos avaliativos em prol da qualidade das aprendizagens, a par do resultado das classificações dos alunos.

A conjugação destes fatores proporcionou que os níveis (vulgo, notas) atribuídos aos alunos fossem mais elevados nos anos letivos 2020/2021 e 2021/2022, o que se deve saudar e, nesse sentido, alavancando uma responsabilidade acrescida na manutenção desse registo nos anos subsequentes.

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