Autor da Opinião – Rafael Carvalho
Já passa algum tempo, desde a última vez que para aqui escrevi, ainda tínhamos governo. Já tudo ocupa a comunicação social, creio que já não haja mais segundos para falar dos inúmeros problemas em que o país está mergulhado.
De uma ponta à outra, assusta-me o conformismo, mas um conformismo causado pelo hábito. Temo a normalização das condições da escola pública.
Surgem relatórios, PISA e companhias que adensam o problema, mas que alguns preferem atribuir culpa à pandemia.
Façamos um exercício simples, afinal que desafio é este e o seu objetivo? Mais parece que navegamos num barco à deriva, que nem para a frente na para trás, mas que está cada vez mais perto de meter água.
Asfixia. Asfixia saber que o barco está cada vez mais perto de se afundar e que quem pôde fazer algo, preferiu esconder-se no convés, por trás da inércia que o caracteriza, ou caracterizou. Asfixia sobretudo, ver que quem não pode tomar decisões, é quem toma as rédeas da luta.
Começaram e terminaram os debates “políticos”. Foram mesmo poucos ou nenhuns os que demonstraram realmente interesse em dignificar a escola pública.
Desde logo se chegou à conclusão que “30 minutos” de debate não serviram os portugueses, até porque, a maioria dos debates foram pautados de excessiva ideologia, constantes acusações e indiciações, de um lado ao outro do espetro político. Que tornam a Política uma instrumentalização de vontades e pertenças pouco claras e transparentes para o futuro que se avizinha.
A 10 de março tudo pode mudar, na esperança que seja mais que uma botija de oxigénio. Porque não se esqueçam, a escola pública está a asfixiar.
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